Que a moda muda o mundo todos sabemos. Mas você já deve ter se perguntado de onde surgiram determinados tipos de moda. Se você pensar um pouco mais a fundo, pode se flagrar questionando: mas como isso evoluiu? Será que em séculos passados a moda era tão importante? Como ela funcionava?
Para sanar essas dúvidas, matar sua curiosidade e refletir um pouco sobre esse universo gigante – e em constante expansão, leia nosso artigo completo.
1 - O que é moda?
Quando falamos em moda, no que você pensa? Provavelmente em roupas. Talvez pense em um desfile de moda. Pode ser também que você visualize celebridades no tapete vermelho, ou certos grupos urbanos que se vestem de forma característica.
Todas as alternativas estão corretas! A moda é todo um universo, que engloba roupas, tatuagens, maquiagem, piercings e outras modificações corporais, joias e acessórios, cortes e penteados de cabelos.
Mas a moda é ainda mais abrangente. Ela engloba estilo de vida, música e linguagem verbal. É uma das maiores formas de expressão individual, já que é visual. Sua força é tão grande porque também é uma fortíssima forma de expressão grupal. Vamos falar mais sobre isso a seguir.
2 - A importância da moda
Só de levar em conta o que dissemos acima, já podemos concluir que a moda é muito importante, indo além de um mero capricho. Afinal, o que vestimos e como nos portamos diz realmente mais do que palavras. Chega ao ponto de não se precisar perguntar certas coisas - estamos dando as respostas com nosso visual.
Se você zapeia a televisão e encontra com um filme de época, você chega a essa conclusão primeiramente pelas roupas dos personagens – e não pela fala rebuscada ou pelo cenários.
2.1 - A moda como forma de expressão e identidade
Muitas pessoas relutam em aceitar que, ao se vestirem, estão passando mensagens. Essa mensagem é clara: esse(a) sou eu, é assim que penso, me identifico mais com esse ou aquele pensamento.
É o tópico do famoso monólogo de O Diabo veste Prada, em que Miranda Priestly (Meryl Streep) mostra à personagem de Anne Hathaway que ela não está imune ao mundo da moda. Afinal, você se vestir de forma a ignorar o universo fashionista não significa estar livre dele.
E, ainda por cima, manda uma mensagem bem clara: não quero saber disso, faço questão de não me importar, me coloco à margem – ou mesmo contra. É, no final, pura expressão individual.
2.1.1 - Expressão individual X expressão grupal
Assim como a moda é um artifício útil – e inevitável – de expressar sua individualidade, ela é também uma poderosa ferramenta tribal. E isso se aplica a tribos de povos indígenas, de ontem e de hoje, e às civilizações.
Por exemplo, tatuagens em uma tribo indígena significam a passagem de um ritual de um menino que passa a ser homem. Ele agora faz parte dos guerreiros. Outro exemplo é andar pelos grandes centros urbanos, como São Paulo, Nova Iorque ou Londres. Você vê e identifica diversas tribos: executivos, lumbersexuais, hipsters, metrossexuais, rockers, alternativos e por aí vai.
Isso inclui e exclui as pessoas, determinando grupos e subgrupos. O paradoxo é que, se não houver cuidado, você pode se uniformizar dentro de um estilo de grupo e perder sua expressão individual única.
2.1.2 - Símbolos
Constantemente estamos nos expressando ao vestir determinadas peças de roupa, exibir uma tatuagem ou mesmo falar algumas gírias. Isso nos coloca, sociologicamente, em grupos. Não precisam ser necessariamente uma tribo conscientemente definida.
Esses grupos demonstram seu poder aquisitivo, onde você está na sociedade, e até o que faz. Ao ver alguém de roupa social, você o imagina num escritório fechado, à frente de um computador ou de papelada. Se vê uma pessoa usando roupas de grife, imagina que é muito rica.
E o mesmo se dá com uniformes. No banco, em lojas e outros estabelecimentos, é possível discernir o gerente dos demais empregados pela distinção de uniforme. É uma prática muito antiga que serve para enfatizar e deixar clara a hierarquia e as funções.
Por exemplo, uma aristocrata de séculos passados vestia roupas que exigiam empregadas para vesti-la: um símbolo de poder. Numa tribo indígena, o curandeiro tem marcas que o definem, seja na pele, em acessórios ou nas vestes.
Não é diferente do(a) fashionista que já tem uma peça de coleção novíssima, recém-lançada no exterior. É também de onde vem a moda de ostentação do mundo ocidental atual.
2.1.3 - A moda reflete o momento
A moda reflete as gerações e o momento pelos quais passamos. É possível sempre fazer uma análise sobre a moda de qualquer época ao compará-la com o pensamento em voga, as descobertas científicas e a característica da geração dominante.
Analisar a moda para entender qualquer geração é tão forte e eficaz quanto analisar as artes de determinado período. São, aliás, ferramentas complementares.
3 - A História da moda
Se a moda é uma forma de expressão individual e identificação social tão grande, podemos dizer que sempre esteve presente desde o começo da humanidade. Vamos ver a história da moda como conhecemos atualmente. Falaremos da repressão das leis suntuárias e as décadas que mais nos influenciaram: anos 60, 70 e 80.
3.1 - Os primórdios
Não se deve pensar que a moda era uma forma natural e inconsciente de expressar seus tantos símbolos e significados. Ela foi usada também de forma arbitrária e até impositiva. Não é muito diferente da noção de etiqueta.
3.2 - Leis suntuárias
Em muitos lugares e em muitas épocas, haviam leis suntuárias. Eram leis que regulavam hábitos de consumo e impunham regras de vestimenta. Elas serviam para manter o status quo, hierarquias sociais e deixar sempre mais clara a função socioeconômica de indivíduos e grupos.
Isso proibia que qualquer um gozasse de atributos dos grupos privilegiados. Na Grécia
antiga, mulheres eram proibidas de usar joias e roupas exuberantes, a não ser que fossem prostitutas. Não à toa, mulheres ruins e inferiores são retratadas assim pelas religiões. Jezebel pintava as unhas e a prostituta da Babilônia vestia joias enquanto embriagada.
Burgueses eram proibidos de usar certas roupas exclusivas aos aristocratas, mesmo que pudessem pagar por elas. Escravos eram marcados com tatuagens, porém como em gado. Presidiários eram os únicos a se tatuar. Homens na Grécia Antiga eram proibidos de usar “trajes afeminados”.
Podemos ver que a história da moda também exibe e explica preconceitos predominantes de cada época, como homofobia, misoginia e outras formas de discriminações.
E, como explicado por Miranda Priestly acima, a moda ainda tem um grau fortemente impositivo.
3.3 - A moda dos anos 60
Os anos 1960 foram muito especiais para a moda – tanto é que, até hoje, pessoas e grupos fazem revivals e looks – inteira ou parcialmente – inspirados na época.
Uma questão muito curiosa é que a década de 60 foi caracterizada por duas fases completamente opostas.
Os primeiros anos ainda foram muito influenciados pelos anos 50 – uma época de muita repressão. Repressão sexual, de estilo de vida, a epítome do American Way of Life a influenciar o mundo inteiro. As mulheres ficavam em casa, escondendo seu corpo como
podiam, sem trabalhar. Com os Estados Unidos enriquecidos pelo pós-guerra, o estímulo consumista começava a crescer.
Os anos 60 começaram com roupas comportadas, básicas e elegantes. Vestidinhos pretos, nudes, cortes retos nos ombros e cabelos volumosos eram a norma.
Alguns anos depois, os cabelos se tornaram básicos e naturais. As mulheres foram abandonando o salto alto e o mote era um visual jovem e esportivo.
3.3.1 - A Pop Art, Mondrian e a Invasão Britânica
As mudanças nas artes plásticas influenciaram profundamente a
segunda metade dos anos 60. A partir de 1965, com influências da Pop Art, Andy Warhol e o pintor Mondrian, a moda mudou. Um de seus principais responsáveis foi o francês André
Courrèges, que criou as go-go boots.
Courrèges foi quem também deu o tom jovial, confortável e geométrico às roupas. Também foi ele o responsável pela onda da moda futurista.
Outra questão curiosa da década é que a moda foi inspirada, mundialmente, por Londres – e não por Paris. Foi considerada uma invasão britânica de moda. A invasão britânica ocorria principalmente de forma musical, com a beatlemania e bandas como Rolling Stones e The Kinks tomando conta das paradas.
O vestido Mondrian, de Yves Saint Lauren, foi um hit e ícone.
3.3.2 - Os Mods
A cultura de rebeldia entre os jovens londrinos gerou dois grupos rivais: os Mods e os Rockers. Os Mods, influenciados pelos Beatniks, eram jovens ligados à moda, hedonistas, com vida noturna agitada e regada a anfetamina. O look Mod era adotado por bandas como The Who e Rolling Stones, com paletós e golas altas.
Lá para 1966, os jovens americanos se encantaram com a vestimenta diferente e exótica dos Mods. Adotaram para si, especialmente como forma de se diferenciar das gerações mais velhas.
3.3.3 - A Minissaia e a meia arrastão
Refletindo a liberdade sexual e a emancipação das mulheres, as minissaias foram cada vez mais encurtando o tamanho. O corpo da mulher passou a ser mostrado mais e mais, encerrando de vez a cultura repressora dos anos 50.
As meias ¾, que necessitavam de ligas, foram embora. As meias-calças apareceram, dando o conforto e tranquilidade que a mulher não tinha antes ao vestir uma saia curta. Não era mais preciso se preocupar com as ligas aparecendo.
Algumas preferiam vestir botas e meias arrastão para cobrir as pernas. A minissaia foi aos poucos sendo incorporada em estilos mais sóbrios e conservadores, tornando-se uma das marcas registradas dos anos 60.
3.3.4 - Twiggy
Twiggy foi uma modelo britânica que virou febre. Até então, modelos não eram tão magras. Ela fez a magreza, a palidez, a androginia e a atitude blasé serem trend – e isso influenciou a moda imensamente até hoje.
3.3.5 - Influências hippie e o final da década
Os dois últimos anos da década de 60 foram de muita mudanças. Hippies, com suas roupas mistas, de cores e tecidos vibrantes, compunham visuais de roupas de segunda mão encontradas em brechó. É aí que surgiu o tão conhecido amor pelas cores vibrantes e misturadas da época.
Até fashionistas e pessoas sérias compunham seus looks com cores e tecidos semelhantes aos usados por hippies.
O fim dos anos 60 também marcou uma tendência forte em dizer não aos estilistas famosos. Uma forte atitude DIY apareceu na moda. Era a busca por uma
asserção de individualidade em vez de se conformar com a ditadura fashionista.
Por fim, na virada da década, o estilo deixou de ser jovial. Foi quando a moda começou a se preocupar com a aparência do corpo, e não só das vestes. Todas as roupas buscavam alongar e afinar a silhueta – calças e saias longas, saltos voltaram a ser altos e as estampas, “esticadas”. As mulheres, agora, buscavam a magreza.
As mulheres passaram ainda mais a usar peças tradicionalmente masculinas e os homens, a adotar hábitos femininos – hidratantes, bronzeador. Foi cunhado o termo unissex.
3.4 - A moda dos anos 70
Os anos 70 foram marcados por diversas mudanças na moda. Isso inclui conceitos e, também, refletiam a adoção de direitos conquistados por movimentos como o de Direitos Civis e o feminismo. As pessoas agora tinham um sentimento de liberdade muito maior.
3.4.1 - Estilistas X público
Os primeiros anos da década assistiram um forte embate entre os planos dos estilistas e a
resposta do público. Por exemplo, em 1971 os estilistas estabeleceram que as roupas seriam à altura dos joelhos. Em resposta, as pessoas estavam usando saias longas durante o dia (até então exclusivas para a noite) e as hot pants, até então excluídas do mundo da moda.
Esse embate perdurou ainda alguns anos. No fim das contas, o público ganhou. Cansados de responder a uma ditadura fashion, as pessoas escolhiam seus trajes e, pela primeira vez, as lojas tinham de tudo – saias, vestidos e calças de todos os cortes e tamanhos; botas altas, médias e curtas; calças jeans altas; etc.
Muitos estilistas criticaram a falta de direcionamento, mas não havia jeito: agora as pessoas exigiam vestir o que bem quisessem.
3.4.2 - A Androginia e o Unissex na moda
Típico dos anos 70 é a androginia. Isso ocorreu, em grande parte, pelo novo conceito de unissex ter se desenvolvido. Alturas de cintura e cortes de calça, como os flare e boca-de-sino, eram válidos para moda masculina e feminina. O mesmo ocorreu com maquiagem nos olhos, sapatos, cabelos e todo o estilo de moda.
Enquanto homens se aventuravam mais com maquiagem, batom e cores tidas como femininas nas roupas, as mulheres usavam cada vez mais calças. Terninhos se tornavam vestimentas comuns
para a mulher de negócios - uma classe que começava a se firmar.
Englobando e iconizando esse movimento, Rocky Horror Picture Show, de 1975,
arrematava a liberação sexual feminina e a cultura LGBT. Era um filme provocativo, irônico e sexual, com direito a cultura cross-dresser e travesti em evidência.
Outro ícone andrógino da década foi David Bowie.
3.4.3 - A importância dos brechós
Dois fatores fizeram os brechós serem uma escolha predileta nos anos 70. Um, foram as influências do movimento hippie, que trouxeram um movimento alternativo de amor à Terra. O segundo foi a recessão pela da crise do petróleo que diminuiu o poder aquisitivo da população.
A compra de roupas em brechó provocou um revival de épocas antigas, como os primeiros
anos do século XX. Mas não eram visuais inteiramente compostos à maneira antiga; eram, na realidade, misturas completamente novas e contrastantes.
Isso deu vazão à individualidade, já exigida pelas pessoas. Também ajudou na tendência da moda étnica. Por conta dos hippies, peças marroquinas, japonesas e de outras etnias, consideradas exóticas por ocidentais, eram misturadas a peças retrô.
Essa mistura e os acessórios usados com exuberância compuseram o que muitos consideram o mais representativo da década.
3.4.4 - Moda Disco
A subcultura disco foi uma resposta aos movimentos hippies e artísticos da época. Embora introduzida por negros e latinos nos EUA, o resto dos jovens rapidamente a abraçou.
A moda disco era sobre glamour e exuberância. As discotecas eram cheias de tecidos brilhantes, hot pants de cetim com tops de Spandex, vestidos e macacões frente única. Os homens vestiam com calças justas e roupas coloridas. Não esquecendo dos acessórios de ouro, pele de leopardo e roupas brancas que brilhavam nas luzes da discoteca.
O célebre filme Nos Embalos de sábado à noite, de 1977, ilustra bem essa fase. O filme também foi responsável por mostrar a subcultura disco, não tão popular como se acreditava. O filme, e as danças de John Travolta, ajudaram muito a popularizá-la.
3.4.5 - O Punk
O punk-rock e a moda que o movimento criou é talvez um dos maiores marcos da moda dos anos 70.
Depois do ar de magia, psicodelia e naturalismo que o fim dos anos 60 e o começo dos 70 apresentaram, com a recessão as coisas perderam a graça. Muitos jovens
desempregados, marginalizados e sem vislumbres de um futuro promissor preferiram colocar a raiva para fora.
Em vez de fugir da crise com as discotecas, os punks enfrentavam-na com uma contracultura underground.
Apropriando-se da cultura dos delinquentes (fossem eles delinquentes ou não), os punks refutaram os hippies, o disco e todos os movimentos mais alegres. Vestiam roupas pretas, rasgadas e piercings. Buscavam expressar seu estado de espírito, seu descontentamento com a sociedade, mas também queriam chocar.
E eles chocaram quem queriam: todas as pessoas comuns, que já vestiam roupas mais sóbrias. Os acessórios, meias arrastão rasgadas, cabelos e maquiagens punk são até hoje muito usados por estilistas.
3.5 - A moda dos anos 80
Apesar de mais conhecidos por sua fase das cores neon e cabelos escandalosos, a moda dos anos 80 passaram por diferentes fases.
3.5.1 - A febre aeróbica e as roupas atléticas
Os primeiros anos da década foram muito semelhantes ao fim dos anos 70. Uma das coisas que se manteve foi a febre da aeróbica – ginástica, exercícios físicos e academia. Isso apareceu nas roupas cotidianas, com polainas, faixas de cabelo, colãs e leggings se tornando parte do
vestuário normal.
Essa febre deu origem também ao estilo atlético. Em especial para os homens, se vestir de forma semelhante a esportistas profissionais era uma tendência. Graças a Michael Jordan, a Nike se consagrou como A marca de tênis esportivos da época. Reeboks também eram bem fortes.
Vestir-se como um jogador de tênis era também uma forte tendência.
3.5.2 - O boom econômico – Materialismo, power dressing e ostentação
Após anos de recessão, os americanos finalmente entraram numa fase de estabilidade financeira. Junto a isso, vieram os cartões de crédito, que impulsionavam o consumo. Foi uma fase de extremo materialismo. O hino dessa fase é o single Material Girl, da Madonna, de 1984.
As pessoas passaram a consumir muito mais. Com isso, começaram a exibir seu poder. Isso deu origem a duas vertentes – o power dressing e a ostentação.
O Power dressing pode ser muito bem ilustrado por Nixon e sua primeira-dama. Ombreiras exageradas, roupas demonstrando riqueza, seriedade e profissionalismo estavam em alta – blazers, terninhos, paletós. Quem influenciou muito esse estilo foram também Margaret Thatcher e a Princesa Diana.
A ostentação foi outra vertente. Colares dourados imensos, brincos exageradamente grandes, tudo o que pudesse mostrar seu poder aquisitivo estava valendo. Foi quando também as preferências (e fetiches) por marcas surgiram – Nike e Coca-Cola são alguns exemplos.
3.5.3 - Chegam as cores e a renda
A partir de 1984 tudo ficou mais colorido. Shorts estilo ciclista, blusas folgadas, minissaias, peças de spandex, tudo isso passou a ser uma opção comum, especialmente para mulheres, em cores vibrantes e neon. As cores entraram na moda aeróbica também.
A MTV foi muito importante para espalhar novas tendências. Foi o caso de Cindy Lauper, cujo estilo extravagante passou a ser
adotado pelos jovens.
Madonna também foi muito influente para as mulheres jovens. Lingerie como sutiãs e corpetes de renda passaram a ser usadas não como roupa íntima, mas como vestuário fashion. As luvas de renda e saias de tule também foram bastante usadas.
3.5.4 - Subculturas e estilos
Os anos 80 foram muito diversos na moda por conta de suas várias subculturas. Essas subculturas ditaram a moda não apenas desses grupos, como de outsiders que acabaram por incorporar esses
elementos.
Os grupos que mais se destacam desse período, e suas influências,
são: hip hop e o breakdancing, com suas calças paraquedistas; preppy (patricinhas e mauricinhos), com seus cardigãs amarrados nos ombros, vestindo Lacoste e Polo Ralph Lauren (semelhantes ao estilo college); o prosseguimento do punk; e o Heavy Metal – couro, jeans e correntes, eram uma evolução do estilo rocker.
4 - Os maiores estilistas
Separamos alguns dos principais estilistas de todos os tempos. Você acha que faltou alguém? Comente e nos conte!
Coco Chanel
Gabrielle Bonheur Chanel foi uma estilista que revolucionou a forma com que as mulheres se vestiam. Ditando a moda no século XX, Chanel libertou as mulheres dos espartilhos opressivos e de roupas desconfortáveis. Também é considerada pioneira do vestidinho preto.
Modernista e sempre em busca de conforto, foi a única pessoa do mundo da moda a entrar para a lista das 100 pessoas mais importantes do século pela Time.
Yves Saint Lauren
Foi o estilista responsável por introduzir o power dressing para mulheres, uma de suas marcas ao incorporar o vestuário masculino, transformando-o em peças lindas e femininas. É dado a ele o crédito do look Le Smoking, no qual mulheres aparecem vestindo smokings masculinos.
Christian Dior
Foi Dior quem provocou o movimento considerado dos mais importantes na moda feminina. Em 1947, seu New Look resgatou a feminilidade, contrastando com a sobriedade em voga do pós-guerra.
Sua grife desde então sempre foi das mais importante. Hoje, tocada por Galliano, não é diferente.
Vivienne Westwood
Vivienne Westwood começou como a verdadeira estilista punk. Ela não apenas se
influenciou dessa vertente do rock, como inclusive chegou a desenhar roupas para bandas como Sex Pistols.
Centro da moda britânica, Westwood é conhecida como a principal estilista de confronto. Já se inspirou em épocas históricas da moda, como por exemplo o estilo romântico nos anos 80. Polêmica e sempre quebrando tabus nas passarelas, é a estilista preferida de fashionistas rebeldes.
Giorgio Armani
Giorgio Armani é muito conhecido por revolucionar a moda masculina. É o principal responsável pelo terno moderno. Em 2001 Armani já era o estilista de maior sucesso a ter vindo da Itália. Em 2012, sua fortuna pessoal de 7 bilhões de dólares.
Também foi o primeiro estilista a banir modelos de IMC muito baixo, ou seja – a recusar magreza extrema.
Calvin Klein
Muito reconhecido por seu estilo mais esportivo de moda, o nova-iorquino Calvin Klein fez
seu nome com roupas altamente confortáveis e utilizáveis. Sua aura de mistério, seu carisma e boa aparência também ajudaram. Rumores sobre sua orientação sexual pareciam alimentar essa mística em torno do estilista.
5 - A moda atualmente
Até a época vitoriana, a moda demorava de 10 a 15 anos para realmente se espalhar por um país – e ainda mais para se difundir em países vizinhos e ter alguma influência.
Durante o século XX isso já era completamente diferente. Mesmo antes dos avanços tecnológicos de agora e da globalização, a moda mudava rápido. Afinal, os centros urbanos eram grandes, concentrados, e as distâncias entre as pessoas, menores.
Conforme os pensamentos iam mudando, cada vez mais rápido, a moda tinha uma resposta em igual velocidade.
Hoje em dia a moda tem muitas peculiaridades. Discute-se sempre a ditadura fashion. Protesta-se muito a respeito das modelos ultra magras e altas, o que influencia falta de saúde e distúrbios alimentares em garotas. Além disso, elas não representam a média da mulher ocidental – e do mundo.
Uma grande vitória da moda atual é a inclusão da moda Plus Size. É, ao menos, um início do reconhecimento de pessoas mais próximas à média da população.
Temos também um vasto repertório da história da moda, registrada e analisada. Juntando os diversos cursos de moda, com certeza é uma época de maior acessibilidade. Jovens interessados começam seus próprios negócios, o sentimento de DIY é mais forte que nunca.
A vontade de um estilo único e personalizado aumenta e a mudança de guarda-roupas vai na velocidade da luz.
5.1 - Fast Fashion - seus problemas
Se pararmos para pensar na velocidade com que a moda muda, às vezes indo mais rápido do que a mudança de estações, podemos chegar rapidamente à conclusão de que isso se deve à internet.
Mas é preciso pensar mais além. O baixo custo de produção se deve à outra faceta da globalização. Com o estímulo ineditamente desenfreado ao consumo, as pessoas se veem obrigadas a comprar cada vez mais peças de roupas.
A mão de obra muito barata em diversos países torna isso possível. Com um cartão de crédito à mão, é possível comprar peças de cada nova tendência de moda. As roupas além de tudo estão muito mais baratas do que antes, vindas de lugares como China, Taiwan e Bangladesh.
É imprescindível que você, interessado a fundo em moda, assista ao documentário The True Cost. É preciso refletir para consumir e interagir com o universo da moda com responsabilidade e consciência. O documentário está disponível no Netflix.
5.2 - As tendências para 2017
A boa notícia é que a moda está tomando um rumo muito interessante nesses últimos anos. Com a Pantone elegendo o verde greenery a cor do ano, são evocadas muitas questões benéficas.
É hora de pensar na natureza, aproveitar o movimento atual que reconhece ser estranha essa urbanidade extrema.
O movimento está vindo naturalmente. As pessoas estão cada vez mais em direção à alimentação natural, vegetariana, orgânica. Preocupa-se com o ambiente, e fotos no meio da natureza são mais legais do que nunca nas redes sociais.
Isso também está afetando a moda, com preferência ao conforto e tecidos mais resistentes. Outras tendências com esse pensamento, como a lumbersexual, marcam presença cada vez mais forte.
5.2.1 - O que 2017 promete
Além da atitude diferenciada, a moda esse ano resgata várias tendências de outras épocas, inclusive dos anos 80. Os ombros voltam a ficar grandes, reminiscentes de Balenciaga; os sapatos feios voltam com tudo; listras, como dos anos 60, estão marcam presença.
2017 ainda dá bastante vazão para a continuidade do estilo romântico e do college, com a cor rosa imperando nas passarelas.
Uma tendência a se aproveitar é o ativismo chic. Camisetas com frases de efeito e de ativismo, personalizadas, são uma grande pedida. Como no fim dos anos 60, protesto é uma palavra-chave.
Expresse, reclame seus direitos e use a moda pelo que ela tem de melhor: expressão individual e coletiva.
[…] palavra moda vem do termo latim modus e significa costume. Hoje, pode ser definida como a tendência do consumo […]
[…] Contudo, sua popularização veio somente a partir de 1940, quando Dior lançou os modelos balonê, lápis e rodada, estilos populares até hoje. Já na década de 60, a estilista Mary Quant criou a minissaia, sendo uma das propostas mais ousadas do mundo da moda. […]